agora quando a fúria já se faz ausência volto ao ofício de apagar-me ser só sombra dissipar lentamente toda vontade grudar-me enfim ao frio inaugural das paredes da casa verter-me em silêncio assumir sem culpa o abismo deixar-me capturar pelo instantâneo oblíquo da kodak acorrentar-me outra vez ao sótão ao sofá ao controle remoto à remota solidão da alcova amanhecer cada dia na mesmíssima cama calar calar calar e ser feliz eternamente feliz fotografia amarela em velho álbum de família
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