Usar mapas mentais e esquemas para planejar um romance é uma faca de dois gumes. E digo isso como adepto dos mapas mentais e esquemas, que me ajudam muito a organizar desde ideias gerais sobre o tema até relações entre personagens. Quais são as vantagens e os perigos de recorrer a essas ferramentas?
Lembro do conselho do amigo e escritor Sidney Rocha: “Escrever esquemas sobre o livro não é escrever o livro”. Claro, principalmente quando se é alguém propenso à procrastinação como eu (já falei sobre isso aqui), os mapas, esquemas ou diagramas são pequenos buracos negros para onde escapo quando não quero enfrentar o terror da página em branco.
Mas aquilo que funciona para um escritor ou para uma escritora, às vezes não funciona para outro. Sou muito visual, então mapas mentais, diagramas ou esquemas são úteis quando preciso ter uma fonte rápida de consulta do caminho que quero percorrer. Eles me ajudam também a perceber incoerências que, às vezes ocorrem quando você, no processo de escrita, muda algo que parecia funcionar.
Apesar disso, ainda vale o conselho: nada fará você terminar o romance do que escrever, cena a cena, a história. Tentar dar conta de cada detalhe com mapas mentais ou outras ferramentas de planejamento acaba por tirar o foco do que interessa.
Ainda assim, deixo uma dica: tenho usado o Scapple, da mesma empresa criadora do Scrivener (sobre o qual falo neste vídeo em meu canal). Ele te permite criar mapas metais com muita facilidade e de maneira focada, o que te economiza tempo. Estou usando-o agora para estabelecer alguns paralelos entre personagens, para não deixar que fujam como uma boiada do plano que eu tinha para eles. O pior é que sei que eles não vão se render ao aplicativo.
E você, que lê este diário? Costuma usar mapas mentais em seus projetos, mesmo que não sejam literários? Que tipos de ferramentas, on-line ou analógicas, você usa? Tenho até medo de perguntar, vou querer usar também.
2 Comentários
Marcos Martin
Postado às 17:17h, 22 agostoPor incrivel que pareça uso o bom e velho Word pra criação de meus livros. Escrevo as motivações, conflitos e personalidades das personagens e então começo a escrever o romance. Depois de escrever a primeira versão é que ao reler tudo vou preenchendo as lacunas, cortando os excesso e parece louco o que vou contar, mas à medida que vou escrevendo, vou divagando em minha cabeça os acontecimentos da história. É como se fosse um duelo entre mim (o criador) e as personagens (criaturas) e em dado momento somos um só.
Wellington de Melo
Postado às 09:24h, 27 agostoCada autor ou autora tem seu processo, não é?