Invejo os autores e autoras disciplinados que conseguem estabelecer uma rotina de trabalho – e a seguem. Pode parecer estranho para algumas pessoas que me conhecem e me acham “organizado” no que diz respeito ao trabalho (claro, porque quem me conhece no dia a dia sabe que a organização não está em todos os aspectos de minha vida, longe disso). Lidar com o tempo é meu problema. Talvez por isso ele seja um dos temas do meu novo romance.

Não sou nem “plotter” (planejador) nem “pantser” (que escreve no fluxo), porque me considero no meio do caminho. Preciso estabelecer uma estrutura inicial, mas logo me farto dela e passo a escrever no fluxo. Outras vezes (normalmente), começo no fluxo umas 30 páginas para ver no que deu e encaixo na estrutura. Isso faz com que tenha escrito já uns 4 livros e os descartado para esse novo romance.

Mas o pior mesmo é que esses movimentos são entremeados por um dos maiores riscos para o romancista: a procrastinação. Não é por nada, é mais por preguiça: quando não se estabelece uma rotina, o risco de a história escorrer entre os dedos é maior, mesmo com todo o rascunho pronto.(nunca é meu caso). Há certas atmosferas que dependem da circunstância de escrita e recuperá-las pode ser doloroso e, pior, soar artificial. Às vezes você tem uma ideia que perde a consistência quando se demora a escrevê-la.

Na fase atual, estou avançando com o novo rascunho, corrigindo o rumo da narrativa e, eventualmente, me arriscando em desviar do rumo “plotter” para escrever uma ou outra cena. Caminhando. Devagar, mas vai. O que você faz para combater a procrastinação? Deixe um comentário. E marque aquele seu amigo safado ou amiga safada que enrola mais que tudo para entregar o que prometeu.

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