A antologia O corpo descoberto: contos eróticos brasileiros (1852-1922), organizada pela pesquisadora Eliane Robert Moraes e a tetralogia Condenados à vida, de Raimundo Carrero, serão lançados na Flip deste ano. Além deles, será lançado no evento o Antologia fantástica da República brasileira, de José Luiz Passos, também pela Cepe Editora.
O livro de Carrero conta com prefácio de José Castello, colunista do Pernambuco, e traz a edição definitiva de quatro romances do autor: Maçã agreste (1989), Somos pedras que se consomem (1995), O amor não tem bons sentimentos (2008) e Tangolomango (2013), cujo fio condutor é a nefasta família do patriarca Ernesto Cavalcante do Rego. Nas palavras de Carrero, trata-se de “uma longa e corrosiva crítica social à elite nordestina em absoluta decadência”.
ESPAÇO MOVIMENTA PARATY
Raimundo Carrero, Eliane Robert Moraes e José Luiz Passos participam da série de debates coordenada pelo Pernambuco na Casa do Desejo, espaço que promete ser ponto alto da programação paralela da festa.
Nele, mais de uma dezena de editoras de todo o país lançarão livros e discutirão literatura. Além da Cepe Editora, integram a programação da Casa a Patuá, PUC-SP, Moinhos, Quase oito, Urutau, entre outras.
As alternativas ajudam, mas não dão conta de tudo
A participação em eventos literários é uma alternativa que editoras independentes têm utilizado para fazer frente ao modelo de vendas tradicional das prateleiras e das gôndolas — muitas bem latifundiadas. Há editoras que até promovem suas próprias feiras coletivas, como é o exemplo da feira Miolo(s), tocada pela Lote 42.
Se o modelo de feiras e eventos de menor porte parece dar um novo fôlego ao segmento, é fábula dizer que formam leitores – uma das principais preocupações no campo literário na atualidade. No máximo, qualificam-nos e estimulam novos diálogos (o que não é pouco), mas a vantagem das feiras e festas é a oportunidade de trabalhar um evento comercial na perspectiva dos “microespaços”, que aproxima leitores de catálogos pouco conhecidos e permite fruir produtos editoriais mais ousados.
Texto publicado originalmente na coluna Mercado Editorial, do Suplemento Pernambuco, julho de 2018.
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