Este mês lançamos dois de nossos autores na Argentina, em edição traduzida para o espanhol, em parceria com o La Sofía Cartonera e o Colectivo Áporo, ambos da província de Córdova. Sidney Rocha e Cristhiano Aguiar lançaram, respectivamente, seus Castilho Hernandez, el cantante y su soledad e Recortes del Hannah, em evento promovido na Universidade de Córdova, onde está sediado o La Sofía. Os livros integram a coleção Mar de Capitu, que publicará dez autores brasileiros contemporâneos. Além dos autores citados, já publicados pelo Mariposa Cartonera, lançaram livros a Verônica Stigger e o Heitor Ferraz. Em novembro, A única voz, de Wilson Freire, também deve ganhar edição na terra dos hermanos.

Créditos: Euge Devoto PH

Créditos: Euge Devoto PH

Esse tipo de parceria é possível entre editoras cartoneras porque a lógica do movimento envolve o trabalho colaborativo e a economia solidária. Entendemos que nem tudo é lucro e que há outros valores mais importantes, como o companheirismo. Quando é que você poderia pensar em algo semelhante com uma editora pequena como a nossa, publicar seus autores e já ter edições internacionais no mesmo ano do lançamento? Graças à consciência do trabalho em rede, cada editora cartonera é uma parceira em potencial, não uma concorrente.

Graças à rede, estamos em contato para parcerias com Venezuela, Chile, Paraguai e Ilhas Baleares, seja a partir de contatos com novos autores, seja outras editoras que querem fazer traduções. O projeto Cartón en tu lengua envolve a tradução de autores publicados por editoras cartoneras para diversas línguas e fomos contactados para enviar nossos livros. É bacana para os autores, que ganham direitos sobre as traduções e podem usá-las para edições convencionais, é bom para a rede, pois o intercâmbio de obras amplia os acervos e gera renda para os coletivos.

Nossa ideia é incentivar a criação de núcleos cartoneros em todos os lugares. Este mês temos duas oficinas armadas, uma na Zona da Mata e outra no Sertão de Pernambuco, com possibilidades de que em cada uma das regiões sejam incubadas outras editoras. É uma alternativa sustentável e viável para nossa região, em que é tão difícil fazer o livro circular. Agora, é pensar em outros voos. Avante!

 

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