Hoje foi uma correria, mas consegui entregar os convites que faltavam para o Sarapateliterário. Agora, só não vai quem não quiser. Entregar convites é algo meio frustrante, porque quando você entrega pessoalmente meio que já sente se a pessoa vai ou não. Prefiro deixar na portaria e ficar com o benefício da dúvida. A maioria dos convites deixei em portarias: uns com a certeza da presença, outros como uma possibilidade de lembrança quando no futuro formos fazer outra coisa. “Ah, é aquele pessoal que organizou o leilão”, é o que dirão os que não forem. Ou não, simplesmente não lembrarão. É a vida.
O dia só terminou no Sarau Plural, organizado por Homero Fonseca. Gostei do formato. Leve, correu bem o tempo. Ideologicamente uma ou outra vez você discorda da fala, mas faz parte. Um colega falou que eventualmente as músicas eram clichê para os textos (Bachianas pra um texto dramático e tal), mas meu colega é mais crítico do que eu consigo ser, ao mesmo tempo que tem um apuro estético que invejo. Deixa estar. Invejei a produção, com filmagem, aqueles microfones que parecem bichos peludos, vinho para os apresentadores. Quando crescer quero ter dinheiro para fazer também do jeito que quiser, sem depender de mendigar apoio.
De pau para canário, um amigo perguntou se o nome “Urros Masculinos” não vai acabar atrapalhando. Achei que não. Exemplo: ao entregar o convite ao Fernando Neves, dono da Galeria Arte Plural, onde aconteceu o sarau, o de sempre.
– Olá, sou Wellington de Melo, do grupo Urros Masculinos.
– Como, Urr..?
– Urros, do verbo urrar! – eu me antecipo. – É normal, alguns ouvem, “uivos”, “ruivos”, “burros”, e por aí vai.
Alguém disse:
– Se você fosse gaúcho diria “Urrrros” – com aquele “r” mais forte.
– Eis o problema, estamos no estado errado. Mas abriremos franquias!
Riram todos. Uma mulher disse “Já gostei de vocês!”. Eu achei ótimo. Tenho certeza que não esquecerão do nome. A confusão já dá uma boa conversa. Já pensou se o grupo fosse “Literatos de Alá” ou “Arautos das Letras” ou qualquer outro nome mais estiloso? Clichê. A pergunta é o que salva o dia: Urros? É. O mesmo amigo pensou que talvez o nome só funcione enquanto uma brincadeira com o Vozes Femininas, que acaba aí. Discordei. Acho que a história do grupo, a cara do grupo, ainda está se construindo. O que significará Urros Masculinos daqui a alguns anos dependerá desta história que estamos construindo, das paradas que vamos organizar. Ou seja, entraremos pro imaginário – ou não – a partir das ações do grupo e não a partir do nome.
O mais vamos aprontar? Você, se quiser saber, vá na sexta pro Sarapateliterário.
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