Um amigo perguntava o que eu diria às pessoas que perguntassem por que meu novo livro tinha sido feito de maneira tão simples, em formato de cordel, principalmente depois de lançar dois livros “convencionais”.opdm-capa

Não lembro bem o que disse, mas agora eu percebo por que “O peso do medo, 30 poemas em fúria” (OPDM) não precisa, por enquanto, de outra formatação, com direito a ISBN, ficha catalográfica etc. Acho que é porque esse livro ainda está nascendo e já está na rua. É um livro de rua, para ser lido em voz alta. O projeto de OPDM não acaba com a publicação do livro. Começa nela: porque eu quero ler o livro em diferentes lugares, sentir o livro a cada leitura. O livro não acaba ali, com a publicação. Por isso o formato para mim é pouco relevante, interessa menos que o entorno.

Penso outras coisas pro livro, como uma parceria com o fotógrafo e amigo Felipe Ferreira, que vai dar sua versão do “medo” e da “fúria” em imagens que dialogarão com os poemas. Penso em fazer algo com áudio, leituras sobre bases sampleadas, performances. Penso um monte de coisas que vão além do papel. Acho que perdi a tara por publicar em livro, que acho que todo escritor tem em algum momento. Por enquanto, sou celibatário quanto ao papel.

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